Aqui estamos, em Boa Vista, Roraima. Calor danado, surto de dengue, ameaça de malária. Essa semana anunciaram que o sorotipo 4 chegou por aqui, veio da Venezuela. Amanhã vamos pra lá. Meu corpo ainda dói, mas só de saber que não estou infectado com malária já me sinto bem.
Chegamos em Manaus na segunda pela manhã. O último dia da viagem Belém-Manaus foi especial e divertido. Estávamos no andar superior do navio, filmando e fotografando. O sol preparava-se para adormecer nas águas do Rio Amazonas quando um grupo de jovens aproximou-se. Falavam espanhol, perguntei a nacionalidade, eles me respoderam: "Somos de Colombia." Apresentamo-nos e contamos a eles da nossa viagem. Falamos por muito tempo. Eles nos contaram que vinham de Belém, que estavam num congresso internacional de arte dramática, que estudavam teatro em Bogotá e que faziam parte de um movimento por lá. Logo me entusiasmei, e pedi para que me falassem um pouco de Uribe e das Farc, da política na Colômbia. Eles me propuseram tocar uma canção deles, que era uma espécie de protesto, de recusa a este governo fascista. Falamos bastante de política, eles me pediram para não filmar os depoimentos. Em Colômbia se vive uma guerra, foi o que me disse Luiz. E para repreender esta guerra, fazem arte, inventam, perturbam, bagunçam o centro de Bogotá com faixas e malabares e teatro e dança. Esta é a forma de atuar do movimento. Eles nos contaram ainda que há uma polícia encapuzada que está sempre a confrontar os jovens nas manifestações, e muitos dos opositores do governo de Uribe já foram mortos.
Ao passo que a noite caía, muitas revelações, tragos, idéias, sorrisos. Descobrimos que já havíamos estado com eles. Tinham tocado no bar Palafita no sábado, e lá estivemos para encontrar com Gugão, meu velho amigo, com quem morei em Porto Alegre.
Ao acordar na segunda me sentia mal, e devido a irritação com trâmites de notas e burocracia do edital, inflamei-me mais ainda. Percorremos Manaus de táxi, fui até a rodoviária e procurei informação acerca do bilhete para Caracas. Não havia. Só tinha para Puerto La Cruz. Muita confusão. Voltamos para o centro, nos abrigamos num hotelzinho. Almoço, câmbio de moedas, burocracia na alfândega, dores e dores. Decidimos partir para Boa Vista durante a noite. Conseguimos o bilhete graças a um senhor muito educado do hotel. Por sinal, aqui no Norte todos foram bastante atenciosos. Em Boa Vista principalmente, gente bastante simples. Chegamos terça e durante os dois últimos dias nossa rota foi hotel-hospital. Fiz exames e me consultei, depois de muita muita muita espera e paciência. E carinho, claro, porque indiazinha está aqui, pertinho de mim.
Amanhã partiremos. Chavez nos espera!
Chegamos em Manaus na segunda pela manhã. O último dia da viagem Belém-Manaus foi especial e divertido. Estávamos no andar superior do navio, filmando e fotografando. O sol preparava-se para adormecer nas águas do Rio Amazonas quando um grupo de jovens aproximou-se. Falavam espanhol, perguntei a nacionalidade, eles me respoderam: "Somos de Colombia." Apresentamo-nos e contamos a eles da nossa viagem. Falamos por muito tempo. Eles nos contaram que vinham de Belém, que estavam num congresso internacional de arte dramática, que estudavam teatro em Bogotá e que faziam parte de um movimento por lá. Logo me entusiasmei, e pedi para que me falassem um pouco de Uribe e das Farc, da política na Colômbia. Eles me propuseram tocar uma canção deles, que era uma espécie de protesto, de recusa a este governo fascista. Falamos bastante de política, eles me pediram para não filmar os depoimentos. Em Colômbia se vive uma guerra, foi o que me disse Luiz. E para repreender esta guerra, fazem arte, inventam, perturbam, bagunçam o centro de Bogotá com faixas e malabares e teatro e dança. Esta é a forma de atuar do movimento. Eles nos contaram ainda que há uma polícia encapuzada que está sempre a confrontar os jovens nas manifestações, e muitos dos opositores do governo de Uribe já foram mortos.
Ao passo que a noite caía, muitas revelações, tragos, idéias, sorrisos. Descobrimos que já havíamos estado com eles. Tinham tocado no bar Palafita no sábado, e lá estivemos para encontrar com Gugão, meu velho amigo, com quem morei em Porto Alegre.
Ao acordar na segunda me sentia mal, e devido a irritação com trâmites de notas e burocracia do edital, inflamei-me mais ainda. Percorremos Manaus de táxi, fui até a rodoviária e procurei informação acerca do bilhete para Caracas. Não havia. Só tinha para Puerto La Cruz. Muita confusão. Voltamos para o centro, nos abrigamos num hotelzinho. Almoço, câmbio de moedas, burocracia na alfândega, dores e dores. Decidimos partir para Boa Vista durante a noite. Conseguimos o bilhete graças a um senhor muito educado do hotel. Por sinal, aqui no Norte todos foram bastante atenciosos. Em Boa Vista principalmente, gente bastante simples. Chegamos terça e durante os dois últimos dias nossa rota foi hotel-hospital. Fiz exames e me consultei, depois de muita muita muita espera e paciência. E carinho, claro, porque indiazinha está aqui, pertinho de mim.
Amanhã partiremos. Chavez nos espera!
Bom saber que você não tá com malária, Leon... Tava preocupada.
ResponderExcluirApesar das agonias e contratempos, fico feliz em saber que vocês estão conseguindo seguir em frente =D
Adorei as fotos que estão passando ali do lado... Muito lindas, bem artísticas mesmo!
Boa sorte nessas andanças e cuida bem da indiazinha também, que tem gente que ficou por aqui que ama muito essa menina ;D
Beijos, queridos...