a primeira esquina que cortei em São Luiz me afligiu os olhos. três caras, sentados sob o batente de uma janela, queimando pedras de crack numa lata. pensei comigo: "essa merda tá em todo lugar!"
cortei mais algumas esquinas, avistei prédios abandonados, cortiços, buracos onde o vento e a areia entram para preencher o labirinto da cidade velha, adormecida. mais algumas quadras, lá está! o tal Projeto Reviver. gente jovem, cabeluda, roupas coloridas, paredes grafitadas, música ao vivo, cervejinha na calçada... tudo me inspira, tudo me faz criar. enxergo Dira, minha personagem cantora de boleros, sedutora e atroz, suada, justa num vestidinho rosado, anarquizando a noite, rasgando corações.
sigo a caminhar, topo com um bonaerense hippie viejo, que me fala de Alcântara, cidade-fantasma fabricada para o rei francês. quiçá dê tempo de visitar, preciso voltar para o hotel maldito, espelunca quente do satanás, banheiro feito de box, que coisa horrível!
sinto-me como um escritor de 40, faço a barba, deixo o bigode... lembro de Jorge, de Gabo, dos mestres bigodudos e fantásticos... meu realismo é sequestrado, poetizo com a câmera... travellings, close-ups, planos gerais de encontros e despedidas, rodoviárias e paisagens... miro o sentimento do mundo, os corações desalentados e criminosos, verdes e rubros, brancos como esta folha de papel virtual, que não irei deixar por aí como fiz com o meu diário de viagem. Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Pará... todos os relatos se foram, da estrada e da cidade, meus e dela, da mulher que viaja comigo, que antes de ontem, lembro-me bem, escreveu assim no diário: "sigo com ele"
e assim vou seguindo, com ela e a minha imaginação, fabulada nos gestos e nas idéias, nas praças e nas pessoas, mercados, bares, jardins, albergues, notas e notas para prestar conta, prêmio em festival de cinema, sorriso no rosto, velhos amigos, novos também.
me voy, me voy... em breve tem foto e tem vídeo, se a conexão deixar
cortei mais algumas esquinas, avistei prédios abandonados, cortiços, buracos onde o vento e a areia entram para preencher o labirinto da cidade velha, adormecida. mais algumas quadras, lá está! o tal Projeto Reviver. gente jovem, cabeluda, roupas coloridas, paredes grafitadas, música ao vivo, cervejinha na calçada... tudo me inspira, tudo me faz criar. enxergo Dira, minha personagem cantora de boleros, sedutora e atroz, suada, justa num vestidinho rosado, anarquizando a noite, rasgando corações.
sigo a caminhar, topo com um bonaerense hippie viejo, que me fala de Alcântara, cidade-fantasma fabricada para o rei francês. quiçá dê tempo de visitar, preciso voltar para o hotel maldito, espelunca quente do satanás, banheiro feito de box, que coisa horrível!
sinto-me como um escritor de 40, faço a barba, deixo o bigode... lembro de Jorge, de Gabo, dos mestres bigodudos e fantásticos... meu realismo é sequestrado, poetizo com a câmera... travellings, close-ups, planos gerais de encontros e despedidas, rodoviárias e paisagens... miro o sentimento do mundo, os corações desalentados e criminosos, verdes e rubros, brancos como esta folha de papel virtual, que não irei deixar por aí como fiz com o meu diário de viagem. Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Pará... todos os relatos se foram, da estrada e da cidade, meus e dela, da mulher que viaja comigo, que antes de ontem, lembro-me bem, escreveu assim no diário: "sigo com ele"
e assim vou seguindo, com ela e a minha imaginação, fabulada nos gestos e nas idéias, nas praças e nas pessoas, mercados, bares, jardins, albergues, notas e notas para prestar conta, prêmio em festival de cinema, sorriso no rosto, velhos amigos, novos também.
me voy, me voy... em breve tem foto e tem vídeo, se a conexão deixar
Nenhum comentário:
Postar um comentário